quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Só uma questão!

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Todos estes formadores são remunerados. 

A minha questão é: os tutores de estágio também o irão ser?


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

PNFT - uma reflexão!

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"Um aspeto de pormenor, que consideramos muito importante ser clarificado, é a questão dos direitos adquiridos. Treinadores que já estão na carreira (Grau II, III e IV), que obtiveram o seu TPTD, mas que não têm o 12º ano. Exemplo: se tiver o Grau IV está no processo final da carreira e pode não ter o Grau III – já o de Grau III, que por exemplo só tinha o 9º ano, fica agora impedido de progredir até resolver a questão escolar."

"Um outro aspeto importante ter em conta é os valores que algumas federações estipulam para os Cursos de Treinadores. Se o IPDJ financia a formação de treinadores, seria expectável que os cursos fossem tendencialmente gratuitos, principalmente os dos graus iniciais – Grau I e II, ou pelo menos ter um preço base estipulado em função do número de participantes e do financiamento público que é concedido."

"Clarificar a questão dos 50% de créditos que são atribuídos aos treinadores que exercem funções de tutor. Para estes, os restantes 50% devem ser em que componente?"

"Há Federações Desportivas que continuam a permitir que dirigentes exerçam a função de Treinador no treino e na competição."

Estes são alguns dos pontos abordados no documento denominado "Reflexão sobre o Programa Nacional de Formação de Treinadores" elaborado pela Confederação de Treinadores de Portugal e entregue no dia 20 de Setembro 2016 ao Sr. Secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Dr. João Rebelo e sua equipa de Gabinete.

domingo, 18 de setembro de 2016

O que resta dos J. O. do Rio 2016? (III e último)

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Mal terminaram os J. O. do Rio, logo as análises vieram a lume.

Porque foram os melhores de sempre para Portugal, porque não se atingiram os objectivos, porque...

Vitor Serpa («A Bola», 27.08.2016, p. 37) aponta como solução essencial "a escola. Enquanto o poder político evitar a abordagem do desporto na escola como uma prioridade de um entendimento de regime para o futuro do país, cá estaremos de quatro em quatro anos, a fazer ridículos exercícios de explicação dos resultados olímpicos."

Tomaz Morais («A Bola», 27.08.2016, p. 32) vai mais longe ao afirmar que tudo "começa na falta de bases desportivas e escassa importância que é dada à disciplina de educação física (EF) no ensino básico e secundário. A escola tem de servir para a aquisição de conhecimentos diferenciados ao nível da EF, incrementando a tão falada cultura desportiva e física. Aumentar a carga horária do desporto escolar (DE) é urgente, ligá-la com eficácia ao desporto associativo e acabar com a desvalorização dos professores enquanto educadores e pedagogos de excelência no desenvolvimento integral dos jovens são algumas medidas que poderiam resultar..."

Com a razão que ambos possuem - embora se possa perguntar com que condições -, chamo a atenção para o muito que se fala em Desporto Escolar e pouco se fala em desporto na escola. Sim, porque não são a mesma coisa!

Sidónio Serpa («A Bola», 06.09.2016, p. 32) coloca o dedo na ferida quando afirma que "as referências ao desporto escolar como solução são falaciosas. Ainda que o maior número de praticantes aumente a probabilidade de emergirem talentos, isso implicaria um programa consistente visando o alto rendimento."

Não nos  basta ter atletas e treinadores de alto rendimento, é necessário ter organização, projetco, apoio especializado - económico, infraestruturas, condições de treino - e dirigentes desportivos e políticos também de alto rendimento.

E agora só duas pequenas reflexões...

1ª - Uma medalha de ouro olímpica em Espanha tem o prémio de 94.000 Euros - em Portugal 40.000 Euros (48.000 contra 25.000 para a prata e 30.000 contra 17.500 para o bronze).

2ª - Telma Monteiro, ao jornal «A Bola» (25.08.2016) afirmou: "Sei de quem foi dispensado do trabalho, mas não recebe porque a federação não tem dinheiro e o patrão não é obrigado a pagar-lhe."

Mais alguma coisa?

Daqui a quatro anos, depois de mais umas sardinhadas e de mais umas maratonas populares, cá estaremos a discutir o mesmo!

sábado, 3 de setembro de 2016

O que resta dos J. O. do Rio 2016? (II)

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92 competidores portugueses foram aos J. O. do Rio de Janeiro.

Telma Monteiro regressou com uma medalha de bronze.
Emanuel Silva e João Ribeiro (K2 1000m) regressaram com um quarto lugar.
Fernando Pimenta (K1 1000m) e João Pereira (triatlo) trouxeram dois quintos lugares.
Chegaram aos quartos de final Marco Freitas (ténis de mesa) assim como a Selecção Nacional de Futebol.
Nelson Évora e Patrícia Mamona (ambos no triplo salto), Ana Cabecinha (20Km marcha) e os canoístas do K4 1000m deram ao nossos país quatro sextos lugares.
Nélson Oliveira (ciclismo, contra-relógio) volveu a Portugal com um sétimo lugar.

Para uns foram boas classificações. Para outros, nem por isso. Conclusões poderão ser tiradas de 3 formas diferentes:

1ª - Comparando o número de medalhas com o número de habitantes de Portugal (e aí poderemos olhar para a Austrália, para a Hungria e para a Holanda);

2ª - Comparando o número de medalhas com o total de competidores da comitiva olímpica (e aí também constataremos que países houve com comitivas menores e maior número de medalhas);

3ª - Descobrindo o quociente entre o número de participantes numa determinada prova e o lugar em que fica o competidor que se pretende analisar. 

A história do desporto mostra-nos que por vezes os maiores candidatos a vitórias fracassam no momento decisivo, tal como nos mostra o inverso (dir-me-ão que há um padrão médio: claro que há!). São demasiadas as variáveis que estão em jogo na prestação de um competidor nuns J. O. e por vezes nem todas são tidas em conta. Ficar-se em 123º ou em 134º lugar numa maratona em que 140 atletas chegam ao final não nos parece serem boas classificações, apesar das 15 desistências. Dizer-se que "não era o dia", que "não consegui ser eu", que "não caiu para o meu lado" ou que "não tinha que ser" nada justifica...
E chegados aqui, entramos no reino do mito da igualdade de oportunidades dos participantes no desporto. O desporto pretende apresentar a todos os seus interveniente directos uma igualdade de possibilidades dado que o espaço onde desenvolve as suas actividades assim como as normas que regem as mesmas são comuns. Mas o desporto ignora a igualdade de condições desses mesmos competidores – condições individuais diferentes (quer sejam de ordem genética, anatómica, fisiológica ou psíquica), condições de treino diferentes (no que diz respeito a metodologias, a instalações, a treinadores e a todo o restante apoio, incluindo o económico) e até diferentes condições de participação no momento (tempo) comum a todos os competidores (onde os antecedentes e todos os níveis de preparação emergem tal como as variáveis de circunstância momentâneas).

(continua)